Mulheres ativistas veganas se tornaram inspiração para este movimento que é além de tudo interseccional. Aqui prestamos a nossa homenagem a 11 delas.

A importância das mulheres no movimento vegano

A estrutura social que ao longo do tempo vigorou tanto no ocidente quanto no oriente condicionou e definiu o papel das mulheres na sociedade. Sem maneiras de desobstruir o sistema de opressão, algumas vezes velado, outras bem definido, foi imposto uma relação sociocultural estereotipada que se manteve cristalizada durante séculos. Os direitos de igualdade de gênero não se atualizaram com a evolução cronológica e social das comunidades.

O feminino, seja em qual corpo estiver identificado, sempre foi objeto de luta. As mulheres precisaram e precisam até em tempos atuais combater a discriminação e fortalecer o reconhecimento de seus direitos que até ao século XIX estava de maneira genérica condicionada aos cuidados do lar, a uma vida monástica e ou a festas quando em ambito familiar. 

A partir do século XX com o surgimento do veganismo em meados dos anos 40, a luta por direitos que já existia se somou a outros movimentos libertários. A importância das mulheres no movimento vegano é destacado por personalidades que desenvolveram papéis fundamentais na disseminação dos direitos animais.

Mulheres ativistas veganas se tornaram inspiração para este movimento que é além de tudo interseccional. O veganismo a partir do feminismo tem como base a liberdade para corpos oprimidos de animais não humanos e animais humanos. Mira desenvolver uma sociedade mais justa: horizontal, igualitária, ecológica, com direitos à terra e alimentação limpa.

11 Mulheres ativistas veganas

Angela Davis

Estes preceitos são comumente explicados pela ativista, acadêmica e autora americana Angela Davis que faz conexão entre direitos humanos e direitos animais. Atualmente é uma das personalidades mais importantes ao explicar a interseccionalidade do veganismo. Davis também é professora emérita na Universidade da Califórnia, Santa Cruz. 

“A maioria das pessoas não pensam no fato de que estão comendo animais. Quando elas estão comendo um bife ou comendo frango, a maioria das pessoas não pensam no tremendo sofrimento que estes animais sofrem simplesmente para se tornarem produtos alimentares a serem consumidos pelos seres humanos”, disse Davis em uma entrevista de 2012 com Grace Lee Boggs.

Angela Davis - mulheres ativistas veganas

(Angela Davis)

Luisa Mell

No Brasil, Luisa Mell é um dos nomes mais importantes na luta contra mortes e exploração de animais. Desde 2002, quando começou sua carreira na TV – onde estrelou dois programas, Luisa passou a mostrar para todo o Brasil a situação degradante de muitos pets. Em seu programa – projeto do pai de Luisa – denunciava os maus tratos aos animais. A partir daí, Luisa Mell virou uma das ativistas mais conhecidas do Brasil. “A relação de minha família com os animais começou em uma feira de adoção, em São Bernardo. Pegamos uma vira-lata muito doente, que está conosco até hoje! Virou amor pra vida toda”, diz Luisa

Luisa Mell - mulheres ativistas veganas

(Luisa Mell)

Nina Rosa

Nina Rosa, responsável por um dos documentários brasileiros mais relevantes sobre a indústria da carne: A Carne é Fraca – no ano de 2005. O documentário levou milhares de pessoas a se conscientizarem e abandonarem este consumo tão cruel. Nina se tornou  protetora de animais em 1994, aos 50 anos, quando sua companheira, a cadela Chica, partiu. Ao longo do tempo, sentiu a necessidade de um trabalho educativo que pudesse evitar maus-tratos e abandono de animais antes que eles ocorressem, surgiu então, em 2000, aos 56 anos de idade, o Instituto Nina Rosa – projetos por amor à vida, com o intuito de trabalhar a educação e sensibilização de humanos. “Para os animais, não importa o que você pensa ou sente. Para eles, importa o que você faz.”

Nina Rosa- mulheres ativistas veganas

(Nina Rosa)

Kaz Veg

Atuante na luta libertária e pelos direitos animais, Kaz Veg é fundadora da Nação Vegana Brasil, organização antiespecista, suprapartidária e interseccional que promove ações nacionais e internacionais no combate a exploração, violência e opressão. Kaz entende que o Veganismo precisa estar em pauta  no ambiente político, em 2020 se candidatou a vereadora com o intuito de representar o veganismo na câmara de vereadores. “Abrace o veganismo com todas as suas forças”

Kaz Veg - mulheres ativistas veganas

(Kaz Veg)

Brigitte Bardot

Umas das atrizes mais famosas e importantes de sua geração, aos 39 anos, a francesa Brigitte Bardot iniciou uma nova vida como ativista dos direitos animais. Em 1973 quando estava no auge da carreira e estrelado dezenas de filmes, Bardot anunciou que se aposentaria do cinema.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian em julho de 2015, contou que quando descobriu a realidade sobre a exploração animal, percebeu que seria óbvio e até mesmo indispensável colocar um fim em sua carreira. Em 1986,  leiloou seus bens para criar a Fondation Brigitte Bardot para o bem-estar e proteção dos animais. 

Ao jornal Daily Mail, disse: “Resgatei cães e gatos de rua durante toda a minha vida, mas quando comecei a fundação, minha intenção já era fazer muito mais do que isso. Meu objetivo é proteger todos os animais selvagens ou de estimação da França e do exterior. Comecei pequena. Tive que aprender tudo sobre proteção dos animais – as leis, a organização de instituições de caridade, a gestão, e as obrigações de saúde e segurança”

Brigitte Bardot - mulheres ativistas veganas

(Brigitte Bardot)

Greta Thunberg

Com apenas 18 anos de idade, Greta Thunberg já foi nomeada como modelo juvenil pela organização de direitos dos animais PETA e Pessoa do Ano na revista Time. Famosa ao redor do mundo pelo ativismo climático, Greta também é vegana e começou a protestar sozinha em agosto de 2018 fora do parlamento sueco onde exigia ações práticas em relação às mudanças climáticas. 

Desde então, motivou milhões de crianças em vários países a se juntarem a ela na Greve Escolar pelo Clima. Em um discurso contundente e forte na Cúpula de Ação Climática da ONU no ano de 2019 em Nova York, disse: “Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias” –  “As pessoas estão sofrendo; pessoas estão morrendo; ecossistemas inteiros estão entrando em colapso. Estamos no início de uma extinção em massa e tudo o que vocês podem falar é sobre dinheiro e contos de fadas de crescimento econômico eterno. Como vocês se atrevem?”

Greta Thunberg - mulheres ativistas veganas

(Greta Thunberg)


Ingrid Newkirk

Com grande representatividade para o desenvolvimento da libertação animal, Ingrid Newkirk é presidente do People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), a maior organização de direitos dos animais do mundo. Ingrid diz acreditar firmemente que os animais não devem servir como alimento ou trajes de roupas, experimentados em testes animais e tão pouco usados para entretenimento humano. Em seu novo livro “Animalkind” ela explora maneiras pelas quais os humanos podem demonstrar melhor sua compaixão por outras espécies.

“O objetivo do movimento [dos direitos dos animais] é fazer com que as pessoas reconheçam que, assim como os animais não são hambúrgueres, eles também não são bolsas”, escreveu ela para a PETA em 2016. “Eles não são tubos de ensaio com bigodes, eles não são alarmes baratos para evitar roubos, eles não são adereços, eles não são pragas. Eles são indivíduos e devemos proteger todos eles.”

Ingrid Newkirk - mulheres ativistas veganas

(Ingrid Newkirk)

Jane Velez-Mitchell

Atualmente com um programa de culinária vegetariana na Amazon Prime chamado “New Day, New Chef”. A ex-âncora da CNN e autora de best-sellers, Jane Velez-Mitchell é a fundadora do Jane UnChained News, canal de notícias de mídia social que produz conteúdo original sobre direitos dos animais e veganismo. Jane já recebeu diversos prêmios, incluindo quatro Genesis Awards da Humane Society dos Estados Unidos por sua cobertura de questões animais. 

Em conferência dos Direitos dos Animais no ano de 2018, disse: “Seu telefone é sua melhor ferramenta. Você tem uma rede inteira, um estúdio de TV, satélites, tudo bem no bolso de trás ou em sua bolsa. O seu celular é uma ferramenta muito poderosa. Use-o para os animais.”

Jane Velez Mitchell - mulheres ativistas veganas

(Jane Velez-Mitchell)

Leah Garcés

A organização de direitos dos animais Mercy for Animals também possui uma presidente mulher. Com quase 20 anos de experiência de liderança trabalhando no movimento de proteção animal, Leah Garcés escreveu o livro “Grilled: Transformando adversários em aliados para mudar a indústria de frangos”. É em partes suas memórias e em partes uma explicação onde conta sobre suas experiências durante seu trabalho na indústria.

Melanie Joy, psicóloga social, disse: “Grilled é absorvente, intrigante e comovente. Ele abrirá seus olhos e coração para a situação dos animais no centro do sistema alimentar americano.”

Leah Garcés - mulheres ativistas veganas

(Leah Garcés)

Carol J. Adams

Uma mulher que vem transformando a maneira como milhares de pessoas enxergam o mundo é a escritora, feminista e defensora dos direitos animais, a americana Carol J. Adams com seu famoso e necessário livro A Política Sexual da Carne: Uma teoria crítica feminista-vegetariana. O livro possui argumentos sólidos e consistentes, explica a estreita ligação entre a dominância masculina, a cultura de violência contra a mulher e o ato de comer carne. Uma obra de leitura obrigatória para refletir sobre as relações entre homens, mulheres e animais na luta por um mundo sem opressão. “A carne é uma construção cultural feita para parecer natural e inevitável”

Carol J. Adams - mulheres ativistas veganas

(Carol J. Adams)


Rooney Mara

A atriz e estilista Rooney Mara é defensora dos direitos animais. Em 2019 juntou-se ao Animal Equality durante uma investigação secreta de duas fazendas fabris, foram feitas filmagens divulgadas em uma exposição chamada “With My Own Eyes”. 

Disse a ocasião: “Mesmo que eu tenha visto muito desses tipos de documentários, eu gostaria ver por mim mesma e espero fazer algo que possa impactar outras pessoas a mudar de ideia também”

Rooney participa frequentemente de manifestações sobre os direitos dos animais com seu parceiro, o ator Joaquin Phoenix.

Rooney Mara - mulheres ativistas veganas

(Rooney Mara)

Nesta caminhada rumo a um mundo mais compassivo defendido por mulheres, a causa animal ganha força em diferentes esferas da sociedade através do campo político, literário e das artes. 

Nota-se a pluralidade de como é tratado e abordado o veganismo abrindo portas para questões tão adormecidas no conjunto cultural que vivemos e tenta frear o descompasso entre todos os seres e a natureza.

Assim como estas mulheres destacadas incríveis, existem dezenas de outras tantas em perfis de mídias sociais expondo os terríveis maus tratos aos animais, bem como há dezenas de protetoras anônimas que resgatam animais de rua fazendo um trabalho excepcional.

Neste dia 08 de Março, Dia Internacional da Mulher, reverenciamos a importância de todas no movimento vegano.

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