Ao longo da história, tanto no Oriente quanto no Ocidente, as estruturas sociais moldaram e limitaram os papéis das mulheres na sociedade. Essas normas, às vezes sutis e outras vezes abertamente restritivas, estão profundamente arraigadas há séculos. Como resultado, a igualdade de gênero muitas vezes ficou para trás em relação ao progresso social e cultural das comunidades.
O feminino sempre esteve no centro de uma luta por reconhecimento. As mulheres há muito tempo desafiam a discriminação, trabalhando para garantir direitos que, até o século XIX, estavam ligados principalmente ao trabalho doméstico, à vida religiosa ou às responsabilidades familiares. Em meados do século XX, com o surgimento do ativismo vegano, o movimento pela igualdade uniu forças com outras lutas de libertação. As mulheres ativistas desempenharam um papel fundamental na disseminação da conscientização sobre os direitos dos animais, transformando o movimento vegano no que ele é hoje.
O veganismo e o feminismo se cruzam naturalmente, pois ambos buscam acabar com a opressão – seja de animais humanos ou não humanos. O veganismo feminista prevê um mundo mais justo, mais sustentável e baseado na justiça para todos, incluindo o acesso à terra e a escolhas alimentares éticas.
Para celebrar o impacto das mulheres no movimento vegano, estamos destacando 10 ativistas incríveis que desempenharam um papel vital na formação e no avanço dessa causa. Seu trabalho continua a inspirar mudanças e a abrir caminho para um mundo mais justo e compassivo.
1.Greta Thunberg
Com apenas 18 anos de idade, a ativista Greta Thunberg já foi eleita modelo jovem pela organização de direitos dos animais PETA e Pessoa do Ano pela revista Time. Famosa em todo o mundo por seu ativismo climático, Greta também é vegana e começou a protestar por conta própria em agosto de 2018 em frente ao parlamento sueco, onde exigiu ações práticas em resposta às mudanças climáticas. Desde então, ela motivou milhões de crianças de vários países a se juntarem a ela na Greve Escolar pelo Clima. Em um discurso forte e contundente no Comitê de Ação Climática da ONU em Nova York, em 2019, ela disse: “Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias” – ”As pessoas estão sofrendo. As pessoas estão morrendo; ecossistemas inteiros estão entrando em colapso. Estamos no início de uma extinção em massa e tudo o que vocês conseguem falar é sobre dinheiro, contos de fadas e crescimento econômico. Como você se atreve?”

2. Luisa Mell
No Brasil, Luisa Mell é considerada uma das principais vozes na luta contra a morte e a exploração de animais. Sua carreira teve início em 2002, quando ela começou a trabalhar na televisão, estrelando dois programas. Por meio de seu trabalho, Luisa expôs as condições severas e muitas vezes degradantes que muitos animais de estimação enfrentam em todo o país. Em seu programa – criado por seu pai – ela destacou a questão do abuso de animais. A partir daí, Luisa Mell se tornou uma das ativistas dos direitos dos animais mais reconhecidas do Brasil. “A ligação da minha família com os animais começou em uma feira de adoção em São Bernardo. Adotamos um cachorro de rua muito doente, que está conosco até hoje! Tornou-se um vínculo para toda a vida”, diz Luisa.

3. Angela Davis
Angela Davis, uma influente acadêmica e ativista americana, é conhecida por explorar a conexão entre os direitos humanos e os direitos dos animais. Ela é considerada uma das figuras mais proeminentes na explicação da interseccionalidade dentro do veganismo atual. Sua perspectiva sobre os direitos dos animais é profunda, pois ela enfatiza com frequência a importância de reconhecer o sofrimento que os animais enfrentam para o consumo humano. Em uma entrevista de 2012 com Grace Lee Boggs, Davis declarou: “A maioria das pessoas não pensa no fato de que está comendo animais. Quando estão comendo um bife ou um frango, a maioria das pessoas não pensa no tremendo sofrimento que esses animais passam simplesmente para se tornarem produtos alimentícios a serem consumidos pelos seres humanos.”

4. Ingrid Newkirk
Com grande representatividade na progressão da libertação animal, Ingrid Newkirk é a presidente da People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), a maior organização de direitos dos animais do mundo. Ingrid diz acreditar firmemente que os animais não devem ser usados como alimento, transformados em roupas, submetidos a experimentos ou usados para entretenimento humano. Em seu livro, “Animalidade”, ela explora as maneiras pelas quais os humanos podem demonstrar melhor sua compaixão por outras espécies. “O objetivo desse movimento [direitos dos animais] é fazer com que as pessoas reconheçam que, da mesma forma que os animais não são hambúrgueres, eles também são bolsas de mão”, escreveu ela para a PETA em 2016. “Eles não são tubos de ensaio com bigodes, não são alarmes baratos para evitar roubos, são acessórios, não são pragas. Eles são indivíduos e devemos proteger todos eles.”

5. Leah Garcés
A organização de direitos dos animais Mercy for Animals também tem uma presidente mulher. Com quase 20 anos de experiência em liderança no movimento de proteção animal, Leah Garcés escreveu o livro “Grilled: turning adversaries into allies to change the chicken industry” (Grelhado: transformando adversários em aliados para mudar o setor de frangos). Em algumas partes, o livro é um livro de memórias e, em outras, um relato de suas experiências de trabalho no setor. Melanie Joy, uma psicóloga social, disse: “Grilled é absorvente, intrigante e comovente. Ele abrirá seus olhos e corações para a situação dos animais dentro do sistema alimentar americano”.

6. Jane Velez-Mitchell
Atualmente apresentando um programa de culinária vegetariana chamado “New Day, New Chef”, no Amazon Prime, a ex-âncora de notícias da CNN e autora de best-sellers Jane Velez-Mitchell é a fundadora do Jane UnChained News, um canal de notícias de mídia social que produz conteúdo original sobre ativismo pelos direitos dos animais e veganismo. Jane recebeu vários prêmios, incluindo quatro Genesis Awards da Humane Society dos Estados Unidos, por sua cobertura de questões relacionadas aos animais. Em uma conferência sobre direitos dos animais em 2018, ela disse: “Seu telefone é sua melhor ferramenta. Você tem uma rede inteira, um estúdio de TV, satélites, tudo isso no seu bolso de trás ou na sua bolsa. Use-o para os animais”.

7. Rooney Mara
A atriz e estilista Rooney Mara é uma ativista dos direitos dos animais. Em 2019, ela se juntou à Animal Equality durante a investigação secreta de duas fazendas industriais, das quais as imagens obtidas foram divulgadas em uma exposição chamada “With My Own Eyes” (Com meus próprios olhos). Ela disse sobre a ocasião: “Embora eu tenha visto muitos desses tipos de documentários, também gostaria de ver por mim mesma e espero fazer algo que possa impactar as pessoas para que mudem de ideia também.”

8. Nina Rosa
Nina Rosa é responsável por um dos mais importantes documentários brasileiros sobre a indústria da carne: A Carne é Fraca, lançado em 2005. O documentário ajudou a aumentar a conscientização e levou milhares de pessoas a parar de consumir um produto tão cruel. Nina tornou-se ativista dos direitos dos animais em 1994, quando sua companheira, uma cadela chamada Chica, faleceu. Com o tempo, ela sentiu a necessidade de um trabalho educacional que pudesse prevenir o abuso e o abandono de animais antes que eles acontecessem. Isso levou à criação do Instituto Nina Rosa em 2000. A missão do instituto é “projetos por amor à vida”, com foco na educação e conscientização dos seres humanos. “Para os animais, não importa o que você pensa ou sente. O que importa para eles é o que você faz”, diz ela.

9. Dr. Vandana Shiva
A Dra. Vandana Shiva é uma ativista ambiental e acadêmica que defende a agricultura sustentável e a soberania alimentar há mais de três décadas. O trabalho de Shiva enfatiza a importância do conhecimento tradicional e das abordagens baseadas na comunidade para a agricultura. Ela tem criticado a agricultura industrial e o uso de organismos geneticamente modificados na produção de alimentos.

10. Carol J. Adams
Uma mulher que vem mudando a maneira como milhares de pessoas veem o mundo é a autora feminista americana e defensora dos direitos dos animais, Carol J. Adams, com seu famoso e necessário livro “The sexual politics of meat: a feminist-vegetarian critical theory” (A política sexual da carne: uma teoria crítica feminista-vegetariana). O livro contém muitos argumentos sólidos e consistentes, explica a estreita relação entre a dominação masculina, a violência cultural contra as mulheres e o ato de comer carne. Uma leitura obrigatória para refletir sobre as relações entre homens, mulheres e animais na luta por um mundo livre de opressão. “A carne é uma construção social feita para parecer natural e inevitável.”

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